Sinceridade
nos discursos?!!! Já algum tempo, eu não coloco mais a minha mão no fogo pelo
que os outros querem dizer, tentando me convencer. E, se for na área afetiva,
muito menos. A sinceridade só é aplicada “se”
e “quando”
for conveniente para aquele que se propõe a usar e a se beneficiar dela, mas,
ao seu jeito, conforme a sua intenção – seja ela qual for.
Nesse cenário de tão pouca sinceridade, ainda conseguimos encontrar alguns poucos sinceros, verdadeiramente sinceros. E, neste ringue de verdade versus mentira, nós acabamos sendo levados a se contaminar com esse ambiente pernicioso, se por um lado, por auto-proteção e excesso de zelo, ficamos comedidos em ser sinceros, controlando e dosando a nossa sinceridade, quase que homeopaticamente, por outro, acabamos nos deixando contaminar com a pouca transparência que está aí, seja ocultando ou mascarando ou simplificando a verdade.
E, tudo isso, me deixa completamente desmotivada, pois me deixa avessa a esses tipos de conduta e quando eu me pego reproduzindo as mesmas atitudes, jogando palavras ao vento e querendo jogar esse joguinho sórdido da conquista, eu me acho tão fútil e vazia quanto aqueles que eu recrimino.
- “A ressaca moral sempre fala mais alto e eu volto à estaca zero.”
Infelizmente, o não uso da sinceridade, me deixa retraída para acreditar nas boas intenções alheias, se é que podemos acreditar piamente nessas intenções, porque eu já me deparei com muitas promessas, que jamais deixaram de ser promessas – boa parte sempre falsas.
Eu já sou desconfiada demais por natureza e quando eu constato esse tipo de conduta, algo que se torna mais usual a cada dia que passa, eu não consigo estar ali, muito menos confiar e ser sincera sem precisar de alguns pontinhos ao meu favor.”
Não dá para levar a sério a sinceridade de alguns, porque a mentira já faz parte dos seus discursos prontos, frágeis, rasos e levianos.